Tempo de quaresma, tempo de paragem e de reflexão em Ano Jubilar. Tempo de reavivar a esperança. Dois temas marcaram este momento favorável de encontro com Deus, no dia 5 de abril, no Centro D. Abílio Vaz das Neves em Macedo de Cavaleiros: o Cântico das Criaturas composto por S. Francisco de Assis há 800 anos atrás e a proposta de São Lucas, o Evangelista deste ano, de seguir Jesus no seu caminho para Jerusalém e de Jerusalém até aos confins da terra” sendo suas testemunhas.

Este tempo de retiro, proposto pelas Servas Franciscanas Reparadoras foi aceite pelas 70 pessoas que participaram! Foi um tempo para contemplar a beleza e a esperança, orientado pelo Frei Hermínio Araújo, OFM, Franciscano da Fraternidade de Varatojo que, durante esta semana, vai também orientar o retiro anual das Irmãs.

Situado no Ano Jubilar da Igreja, o Cântico de São Francisco de Assis foi analisado como canto da esperança, uma obra poética que situa os passos de Francisco como seguimento de Jesus numa admiração crescente até eclodir no temor contemplativo, ao perceber que o Altíssimo “Senhor de todo o universo, Deus e Filho de Deus, se humilde a ponto de se esconder, para nossa salvação, nas aparências de um bocado de pão!” (S. Francisco de Assis, Carta a toda a Ordem 26-27).

Ao analisar a presença de todos os elementos da Criação no Cântico, o Frei Hermínio analisou também a presença do ser humano “livre, sem próprio, capaz de perdoar, de sofrer, e de viver a morte como entrega”.

Um segundo momento aprofundou o tema “Caminhos de Esperança segundo S. Lucas” dentro da dimensão do Ano Jubilar, sob o signo da esperança. Apresentou Jesus que caminha para Jerusalém “fazendo o bem”. Abordou os temas da misericórdia e da hospitalidade e também a oração de Jesus. Deteve-se um pouco na passagem dos discípulos de Emaús e por fim, continuando com São Lucas nos Atos dos Apóstolos, disse que os discípulos de Jesus são convidados por Ele a irem de Jerusalém a Roma (At 1,1-11), depois de terem recebido o Espírito Santo, significando esta cidade “todos os povos da terra”.

Da parte de tarde os participantes foram convidados a um momento orante, de encontro com Jesus em adoração Eucarística. A tarde culminou com a celebração da Eucaristia do V Domingo da Quaresma.

Neste dia forte de esperança, os participantes puderam sentir como sustentáculo o Deus que “abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes das águas” e que promete “abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida”, o Deus que “realiza uma coisa nova, que já começa a aparecer” (Is 43, 16-21). É este o Deus da nossa Esperança!

Irmã Maria José Oliveira, sfrjs