
Louvado sejas pela irmã agua
O que mais me toca na água é a sua transparência, a sua docilidade. A irmã água deixa-me o desafio de me tornar dócil, e útil. A utilidade toca-me no ser, não tanto no fazer.
E a beleza? Que beleza pode haver num ser transparente? Só a beleza d’Aquele que está por trás de si. Que eu possa deixar ver sempre, através de mim, a Beleza de Deus.
Louvado sejas pelo irmão fogo
São Francisco tem uma relação forte com o fogo. Chama-lhe belo e forte. Na minha infância recordo a beleza e o aconchego da lareira, nos dias de inverno. E daqui compreendo a alegria das suas palavras.
O fogo é um sinal forte do Espírito Santo, como no-lo apresenta o livro dos Atos dos Apóstolos. Se não fosse esse fogo a atear em mim o amor de Deus e a alegria da entrega, não teria capacidade de viver o dia a dia com os seus desafios e lutas. Este fogo para mim simboliza o acolhimento das coisas divinas. Faz-me recordar a passagem dos discípulos de Emaús: “não nos ardia cá dentro o coração, quando Ele nos falava no caminho?” (Lc 24, 32).
O fogo tem uma ligação forte com o carisma da minha Congregação. A chama que ilumina e aquece está incluída no seu emblema. E é um sinal de companhia junto da Presença eucarística de Jesus.
Com a Irmã São João quero rezar: “Ó meu Jesus eu queria ser o azeite da Tua lâmpada, eu queria ser uma chama que ardesse junto de Ti, até ao fim dos séculos, até ao fim do mundo”.
Irmã Iria Magalhães