4 de abril de 1888. Nascimento na aldeia de Pereira, concelho de Mirandela.
22 de abril de 1888. Batismo da Serva de Deus na sede de Freguesia, S. Miguel de Avidagos.
27 de outubro de 1904. Falecimento da sua mãe. Esta entregou o cuidado espiritual de sua filha a Maria Augusta Martins, que se tornou sua confidente.
30 de junho de 1906. Autorizada pelo confessor, faz voto castidade por um ano.
15 de maio de 1910, Pentecostes. Primeiro colóquio com Jesus no sacrário da capela de Pereira. O Senhor diz-lhe que quer andar consigo continuamente, numa partícula consagrada, para ser adorado e consolado, e que deve pedir autorização aos sacerdotes. Não sendo autorizada, o Senhor diz-lhe que prepare um relicário, pois Ele virá.
1911 ou 1912. Padre Alfredo Rodrigues, ofm, assume a direção espiritual da Serva de Deus.
8 de dezembro de 1914, Imaculada Conceição. Uma partícula vem, pela primeira vez, para uma humilde «caixinha» que preparara, segundo instruções do Senhor. Este fenómeno repetir-se-á centenas de vezes, ao longo da sua vida, tendo sido verificado e atestado. Alzira andará com a partícula quinze dias; sentindo escrúpulos, comunga-a.
24 de abril de 1915. Jesus diz-lhe que «não levava a bem as menores faltas» e que teria de ser açoitada para purificação; só depois lhe poderia dar «todas as graças e favores» que lhe reservava. Estes «açoites» aparecem referidos também em 1919 e no período de 1926 a 1928.
26 de novembro de 1915. Jesus manifesta-lhe o desejo de que se ofereça como vítima para desagravo das ofensas ao Santíssimo Sacramento.
18 de abril de 1916, Terça Feira Santa. Jesus pede a fundação de uma «Congregação de Vítimas Imoladas de Jesus Sacramentado», cujos «membros gozariam do privilégio de trazerem consigo a Hóstia consagrada».
20 de abril de 1916, Quinta Feira Santa. A Serva de Deus oferece-se como «vítima imolada», respondendo assim ao pedido que Jesus lhe fizera. Ao longo da sua vida, várias vezes renovará esta entrega, oferecendo-se também pelo restabelecimento da religião em Portugal, pelos sacerdotes da diocese de Bragança, pela paz no mundo.
2 de outubro de 1916. Primeira prova do relicário: o diretor espiritual, na presença de Maria Augusta Martins, sela e lacra um relicário vazio, para verificar se viria alguma partícula, como Alzira afirmava.
9 de outubro de 1916. Vem uma partícula para o relicário selado; o diretor espiritual procede à abertura e confirma que o lacre estava intacto, contendo no interior uma partícula.
18 de outubro de 1916. Vem um anjo, trazendo-lhe o cibório da capela da aldeia e entrega-lho. Este facto é comunicado imediatamente ao diretor espiritual.
20 de outubro de 1916. O sacrário e o cibório são lacrados e contadas as partículas no seu interior. A 23 de fevereiro de 1917 serão abertos, confirmando-se que faltava a partícula que Alzira dizia ter recebido.
2 de julho de 1917. O Bispo de Bragança aceita recebê-la para ouvir a descrição dos casos que se têm dado consigo; pede-lhe que passe a dar-lhe conhecimento de todos os acontecimentos espirituais.
8 de setembro de 1917. Consagra-se a Deus Pai, ouvindo d’Ele: “considera-te já uma religiosa”.
6 de dezembro de 1917. Alzira vê o Menino Jesus que se transforma numa partícula, uma mão toca-lhe no peito, sentindo dor; viu que Jesus tinha entrado diretamente no seu coração.
7 de janeiro de 1918. Colóquio com a Santíssima Trindade em torno do valor do sofrimento.
27 de fevereiro de 1918. Visão do Sagrado Coração com três espinhos cravados e provocados, respetivamente, pelos sacerdotes, pelas almas piedosas que já tiveram lugar no Seu Coração e pelos pecadores obstinados. Esta visão repetir-se-á, com interessantes desenvolvimentos, várias vezes.
1 de março de 1918. Pede ao Senhor para não voltar a ter êxtases em público.
18 de abril de 1919. Jesus pede que informe os seus superiores da Sua vontade de que o maior número de fiéis comungasse na Sexta Feira Santa, reservada nessa época apenas aos sacerdotes. Tal pedido foi reiterado muitas vezes. A comunhão foi alargada aos fiéis com a reforma da Semana Santa, em 1955.
23 de outubro de 1919. Grava com ferro em brasa, no peito, as palavras “Jesus Hostia”; no dia seguinte acrescenta “Santissimo Sacramento”. Gravará, noutra altura, as palavras “Jesus Maria José” e uma cruz.
12 de março de 1920. O diretor espiritual entrega-lhe um relicário selado e lacrado com uma partícula não consagrada, mas dando a entender que estava. Alzira diz-lhe que não sente ali o Senhor. Pede ao Senhor que venha abrigar-se ali. Virá a 15 de abril e será comprovado por dois sacerdotes a 2 de maio.
4 de outubro de 1920. Celebra-se a primeira eucaristia em casa de Maria Augusta Martins.
20 de abril de 1921. O Reitor sela o sacrário da casa de Maria Augusta. A 24 de abril, a Serva de Deus vê duas partículas a entrar no sacrário. A 26 de maio, vários sacerdotes e bastantes testemunhas abrem o sacrário, verificando que efetivamente lá estão as duas partículas.
23 de abril de 1921. Aparece-lhe o demónio e tenta-a contra a pureza. Vence-o socorrendo à Virgem Santíssima e humilhando-se profundamente na presença de Deus. O demónio tentá-la-á muitas vezes.
11 de dezembro de 1921. É ferida por «setas de amor de Jesus Sacramentado» durante a elevação da hóstia e a comunhão. São frequentes as suas experiências místicas durante a elevação.
23 de junho de 1922. Estando doente, São Francisco de Sales aparece-lhe e celebra Missa.
15 de outubro de 1922. Santa Teresa de Ávila diz-lhe que não a tomava como filha da sua Ordem, pois Jesus a destinava para outra, mas desde aquele dia, seria para ela uma mãe e protetora.
23 de fevereiro de 1927. Adoece e vai para um hospital no Porto, onde trabalhavam as Irmãs Missionárias de Maria. A Superiora sujeitou-a a várias provas, sobre a vinda das partículas. O Bispo do Porto disse-lhe para não ter escrúpulo de trazer Jesus Sacramentado consigo, pois Jesus assim o queria.
7 de dezembro de 1928. Sob a orientação das duas amigas e de outras colaboradoras, tem início em Pereira o Asilo das Florinhas do Sacrário, obra para meninas pobres e desamparadas.
3 de janeiro de 1931. A capela da casa em Pereira é erigida como Oratório semi-público, sendo autorizada a reserva eucarística no sacrário.
17 de maio de 1945. Alzira entra como postulante nas Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado.
7 de junho de 1946. Última prova do relicário. Dom Abílio Vaz das Neves, Bispo de Bragança, sela e lacra um relicário seu. Novamente, confirmar-se o prodígio.
15 de agosto de 1948. Profissão religiosa da Serva de Deus.
15 de agosto de 1951. Profissão perpétua.
9 de junho de 1982. Última comunhão. Alzira estava doente e acamada; nos últimos dias vomitava o que ingeria. O sacerdote hesitava dar-lhe a comunhão. Estando junto à Serva de Deus com a hóstia na mão, mas ainda duvidando, esta desprendeu-se dos seus dedos e pousou nos lábios da Serva de Deus, que comungou.
10 de junho de 1982. Falecimento da Serva de Deus em Chacim. Era dia do Corpo de Deus, coincidindo com a festa litúrgica do Santo Anjo de Portugal.
11 de junho de 1982. Cerimónias fúnebres com inúmera participação de sacerdotes, religiosos e fiéis. Como o seu corpo não teve rigor mortis, um médico, na presença de várias testemunhas atestou a sua morte. É enterrada na sua terra natal.
Monsenhor Francisco Xavier Froján Madero – Postulador