Macedo de Cavaleiros, 15 de agosto de 2024

O Bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida presidiu no passado dia 15 de agosto à sessão de abertura do Inquérito Diocesano «sobre a vida, as virtudes heroicas e a fama de santidade e de sinais» da Serva de Deus Irmã Maria de São João Evangelista. Esta sessão teve lugar na Igreja de Santa Maria Mãe da Igreja em Macedo de Cavaleiros, no dia em que, na Igreja Universal, se celebrava a Assunção de Nossa Senhora ao Céu.

«Pela sua vida de oração profunda e intenso amor a Jesus, pela sua caridade, espírito de sacrifício e incondicional obediência continua a ser hoje para nós um incentivo a fazer da vida, com Jesus, uma Eucaristia permanente» afirmou o Bispo de Bragança-Miranda, referindo-se ao principal elemento da vocação da Irmã Maria de São João na Igreja.

Neste dia 15 de agosto passavam 74 anos da aprovação canónica da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, por cuja fundação Alzira Sobrinho tinha lutado arduamente com sua amiga Maria Augusta Martins, desde o ano de 1916, correspondendo a um pedido de Jesus. Neste Instituto Alzira da Conceição Sobrinho fez os votos religiosos, adotando o nome de Irmã Maria de São João Evangelista, também na data de 15 de agosto de 1948, na aldeia de Chacim, Macedo de Cavaleiros. Foi ainda em Chacim que se desenrolou grande parte da sua vida religiosa e ocorreu a sua morte a 10 de junho de 1982, festa do Corpo de Deus como sempre ela ambicionara. Ficou sepultada em Pereira, a sua amada terra, que a viu nascer a 4 de abril de 1888.

Nesta sessão de abertura marcou presença um elevado numero de Religiosas da sua Congregação e de outros Institutos de Vida Consagrada, Sacerdotes e Leigos, além de vários familiares da Serva de Deus. Muitas destas pessoas que conheceram a Irmã São João e com ela privaram guardam dela a lembrança de uma vida toda entregue a Deus. Algumas registam graças recebidas por sua intercessão.

A sessão iniciou com a invocação ao Espírito Santo e, após a abertura oficial feita pelo Bispo Diocesano, foram lidos vários documentos preliminares que fazem parte do processo, nomeadamente a apresentação da Autora da Causa, a Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, a nomeação do Postulador, de Vice-Postuladora, o pedido feito ao Bispo Diocesano para a abertura do processo, os pareceres favoráveis para esta abertura por parte da Conferência Episcopal Portuguesa e da Santa Sé e as nomeações da Comissão Histórica e dos membros do Tribunal do Inquérito. Aos primeiros está confiado o encargo de analisar os escritos da Serva de Deus e de reunir, a partir de vários arquivos, tudo o que a ela diz respeito. Os membros do Tribunal do Inquérito estão encarregados de interrogar as testemunhas, inteirando-se «sobre a vida, as virtudes heroicas e a fama de santidade e de sinais» da Serva de Deus.

A Ir. São João viveu focada num tão grande amor a Jesus no Sacramento da Eucaristia, que «só queria, em cada coração que palpitasse sobre a terra, formar um trono a Jesus Hóstia, e em cada família um altar, a fim de que Jesus reinasse.» Nestas suas palavras podemos encontrar a síntese da sua missão eucarística.