“Felizes Servas celebrai, com júbilo renovado! Franciscanas Reparadoras do Amor não amado, vinde, vinde adorar a Eucaristia”. Com este refrão as Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado foram vivendo o seu ano jubilar, que culminou no dia 15 de agosto de 2025. De facto nesse dia fazia precisamente 75 anos, que D. Abílio Vaz das Neves, em 1950, assinava o Decreto de aprovação canónica desta família religiosa, dando-lhe o estatuto de Congregação de Direito Diocesano. 75 anos depois, na Paróquia de Macedo de Cavaleiros, foi feita a memória desse dia, em tom de júbilo e ação de graças. A celebração da Eucaristia, às 11.30h, no horário habitual da paróquia, foi presidida pelo Bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida. Além de um dos párocos, o Padre João Paulo, MIC, concelebraram três Franciscanos: o Bispo emérito de Bragança-Miranda, D. António Montes Moreira, o Frei José Pinto e o Frei Herminio Araújo. A Igreja assinala neste dia a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, e, em tal contexto, a celebração teve muito presente a ação de graças pela existência da Congregação e pela sua missão que se desenvolve em Portugal, Angola, Moçambique e Brasil, através de 31 comunidades.

Na celebração foram ainda homenageadas as Irmãs Celeste Alves e Ernestina Soares, no seu 50º aniversário de vida religiosa.

Na homilia D. Nuno Almeida contextualizou esta solenidade como “celebração de um caminho, o caminho de Maria, via Mariae”. Manifestou o desejo de que Maria nos inspire a encontrar também a “vida em plenitude” como “peregrinos de esperança” que somos, segundo o tema do ano jubilar. Mergulhando no Evangelho deste dia, na passagem da Visitação, encontramos Maria grávida, “mulher de esperanças, a correr a toda a pressa pelos montes da Judeia, em peregrinação, em saída de si mesma para pôr-se ao serviço da sua prima Isabel”. Contra o que seria de esperar, a seguir à Anunciação, Maria põe-se a pé apressadamente. D. Nuno referiu que “celebrar hoje a Assunção de Maria é abrir-se à grande esperança da vida eterna, pois em Maria “se espelha o que havemos de ser um dia”. Nas dificuldades do tempo presente “Maria é a companheira, a estrela do mar; ela ensina-nos a saber esperar; ela é a mãe da santa Esperança para o povo peregrino.”

D. Nuno referiu-se ainda à celebração dos 75 anos das SFRJS “que encontram no sacrário, no confessionário e no Rosário a sua esperança.” Baseando-se na Exortação Apostólica “Alegrai-vos e exultai”, do Papa Francisco, evocou a importância da santidade comunitária. O testemunho de viver e trabalhar juntas é precioso neste tempo marcado pelo individualismo. O Bispo de Bragança-Miranda exortou: “Imitando Maria, dizei o vosso sim a Jesus e ao povo de Deus!” Parabenizou as Irmãs Ernestina e Celeste, no 50º aniversário da Profissão Religiosa e agradeceu ao Espírito Santo que suscitou este carisma na Igreja e às irmãs que o mantêm vivo desde a há 75 anos.

À Eucaristia seguiu-se o almoço no Centro D. Abílio Vaz das Neves. E de tarde, os participantes puderam assistir a um programa cultural que evocou um pouco as datas mais importantes da história da Congregação.

A Irmã Emília Seixas abriu a sessão convidando os presentes a perceber o perfume do carisma das Servas Franciscanas Reparadoras, a partir das coisas mais simples.

O Frei José Pinto tomou a palavra para, também dentro do contexto da celebração dos 800 anos do cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, louvar o Senhor pela história das SFRJS, num sentido de “contemplar as obras do Senhor” (Sl 45,9). “Destes 75 anos quanto de belo e grande as Irmãs poderão recordar, partilhar e saborear!” afirmou. Evocou a “relação total” da Irmã São João com Jesus Eucaristia, que deu origem a este carisma, pelo qual o Senhor quer continuar a “realizar grandes coisas por todas e cada uma das Irmãs da Congregação, no sentido de realizar a sua missão com marca de proximidade.”

Num outro momento foi apresentado o livro “Florinhas das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado” da autoria da Irmã Maria José Oliveira, que em 15 “contos” num estilo de “Florinhas Franciscanas” relata acontecimentos aparentemente banais que não estão registados nos documentos oficiais, e pretende ser uma homenagem à santidade de tantas Irmãs que fizeram viver este carisma ao longo dos anos.

Damos graças ao Senhor por nos fazer viver este Jubileu em sintonia com o Jubileu da Igreja e com a data tão significativa dos 800 anos do cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, que provoca esta torrente de louvor e gratidão ao “Altíssimo, omnipotente e bom Senhor”!

 

Irmã Maria José Oliveira, sfrjs