Na harmonia do hino de laudes “Erguei-vos que vem o Senhor”, depositamos toda a esperança e um impulso de paz e bem para este dia tão especial do nosso percurso capitular.
“Depois de avaliar e programar, chegou a hora de eleger!”, reiterou o Pe. Pina Ribeiro, que orientou, no início da manhã, um tempo de reflexão. Pedindo a presença e força do Espírito Santo, rezamos juntos a “Oração na Carta aos Consagrados, Anunciai”, que consta do guião da Liturgia para este XIX Capítulo Geral.
Tomando como base a passagem de At 1, 5-26 – “Senhor, que conheces todos os corações, mostra qual … tens escolhido…” –, apontou que “há algumas atitudes nesta dinâmica eletiva: não pedir a Deus quem escolher, mas que nos mostre quem Ele escolheu. O protagonista da eleição é o Espírito Santo que atua por meio de nós, instrumentos e mediadores dele. A primeira atitude é, assim, a fé e a segunda a indiferença, no sentido de nos abrimos à vontade de Deus e não ficar presas às nossas vontades pessoais. A terceira atitude necessária é a docilidade e disponibilidade/entrega da parte de quem é eleito, sim a Deus”. Depois de abordar as caraterísticas da “autoridade segundo o Evangelho”, resume que a “vida, união e missão são as três palavras de ordem de quem acolhe do Espírito Santo a missão de coordenar a Congregação”. No final da sua partilha lança um forte ato de louvor pela forma como o Governo cessante orientou a Congregação neste espaço de tempo difícil e desafiador, sobretudo durante a preparação deste Capítulo, do qual ele próprio foi testemunha do “amor que estas irmãs têm à Congregação e à Igreja”.
O centro deste dia foi a celebração eucarística, presidida por D. José Cordeiro e concelebrada por D. António Montes Moreira e Pe. Abílio Pina Ribeiro. Era o momento forte de pedir a “luz que salve os nossos dias” (Endju yapa Ndavokwa, k’olwali imbe olwiya, k’elyapu tuyovoke, endju, endju, endju), como tão bem entoaram as irmãs vindas da Delegação de Angola.
D. José afirmou, a partir do Evangelho deste dia (Lc 1, 39-45), que “Deus quer a nossa colaboração na atitude destas duas mulheres: Isabel e Maria. Os vossos problemas são iguais aos de todos, só muda o endereço. E o milagre não é a solução, mas é o sinal da esperança”. Acrescentou que, enquanto Congregação, devemos “fazer o que fazemos por amor a Cristo e ao Evangelho. E é esta a nossa diferença, o nosso testemunho de amor e presença. Acompanhar e aceitar os sonhos do outro. Sermos companheiros de viagem como quem sabe o que quer e quem quer, dar a vida.”
“Esta jovem do Evangelho não se permite à lentidão, vai apressadamente, não ansiosamente. Quanto maior é a responsabilidade maior é a oração e a adoração, pois viver sem Cristo é morrer, como afirma nos seus escritos a Ir. S. João. Não basta fazer adoração, é preciso viver em adoração e ter uma vida carismática. Que a Visitação faça reconhecer em nós o Espirito Santo na Igreja e no mundo, para o maior bem neste Instituto e em todas as realidades onde estão presentes e sonham estar.” E terminou, com o perfume do lema para o nosso XIX Capítulo Geral, afirmando que “SOMOS FELIZES PORQUE ACREDITAMOS E VIVEMOS DE CRISTO, DO CORAÇÃO AO ROSTO DA FIDELIDADE.”
Chega a sessão para a eleição do novo Governo Geral das Servas Franciscanas Reparadoras. Na alegria, na comunhão e na esperança, o Espírito Santo e as Servas Franciscanas escolheram:
Superiora Geral – Ir. Emília Maria Vinhas de Seixas
Vigária Geral – Ir. Dulce de Jesus Martins Ramos
Conselheiras – Ir. Cristina Nangolo,
Ir. Maria do Céu,
Ir. Estela Morais e
Ir. Conceição Borges.
Toda a sala capitular acolheu com expressividade a renovada força de “ser eucaristia”!
Dentro do ritual próprio para o momento, e partindo da passagem bíblica que iluminou o momento da votação (Jo 13, 1-17), D. José Cordeiro afirmou que “a autoridade que escutamos no Evangelho e na vossa Congregação é um serviço que tem o avental em cima do hábito. É preciso rasgar novos caminhos sem medo, mas com esperança e amor”. Já no final da sessão, expressa uma forte mensagem de apreço e regozijo a todas a sala capitular: “É a primeira vez que estou num ato de eleição da Superiora Geral e Governo de uma Congregação. Devo dizer-vos que já no primeiro dia que estive aqui convosco, e hoje mesmo, toquei a presença do Espírito Santo e noto em vós muita maturidade, comunhão, e esperança. Não tenhais medo!”
Terminada a sessão de eleição e tomada de posse dos novos membros do Governo, Geral, entoamos o Hino da Congregação, expressando a alegria de pertencer a esta família em renovada esperança e sermos “portadoras” de um carisma cheio de vigor:
Cantai, irmãs, cantai em mil hossanas
Inundai o Universo de alegria
Servas Reparadoras Franciscanas
Tornai a vida toda Eucaristia!
A alegria e a paz reinaram num grito de júbilo e gratidão também durante a hora do almoço, onde estiveram presentes vários cânticos de ação de graças e a tão característica alegria franciscana deste carisma!
Durante a tarde foi tempo de trabalho para as várias comissões e um merecido espaço de fraternidade para partilha entre todas as irmãs e as várias realidades que acompanharam este momento histórico das Servas Franciscanas.
Na oração de vésperas renovamos, junto de Maria, Rainha do Céu e dos Homens, nossa padroeira, a urgência de “não temer” e deixar que o “Sol nascente” venha iluminar este despertar da Congregação.